A embriaguez da escrita. O estar onde o corpo é o encarceramento. O lugar onde não estou. A boca dos outros que sinto a galáxias de distância e que falam outra língua diferente da minha. Vivo cada vez mais a solidão, o deleite infindável onde as palavras são os únicos orifícios.
A garganta que sinto atropelada. O barulho ilusionista. O intervalo certo da página que me separa dos outros. As frases, acesas, queimando-me entre as frestas da carne atrás das vozes que o ouvido semeia. São deles, dos que estão do lado fora e que não ousam ver-me para lá da pressa, do meu aparente ar sereno, desconhecem a insónia a entrada secreta e que eu sou um sítio violento, perturbador onde ardem milhões de palavras furiosas.
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