Noite alta.
De véspera, portanto,
essa cactácea vai preparando
seu admirável desabrochar
meio à noturna escuridão.
Surpreendente e majestoso espetáculo
de tão efêmera vida,
cuja figura delgada e esguia,
no cálido alvorecer,
busca o astro-rei
para mais e mais cintilar.
Emoção causa
a abertura e fechamento
de tão exótica flor
que a mortais inebria.
Beleza e encanto seu existir oferece,
seja no florescer,
seja no fenecer.
Surpresa presenciada
e admirada por poucos,
em todas as fases e turnos
desse evento poético
que a Mãe Natureza propicia.
Ao fim,
lenta e suavemente
despe-se de sua formosura,
murchando sua rara,
aparentemente frágil,
mas esplêndida flor.
Mesmo aí a beleza persiste,
pois, aparentemente imóvel,
a preciosa flor
oferece novo espetáculo
até que sua vida
se extinga completamente.
Inesquecível experiência
o Criador propiciou
se possa assistir
para relembrar, relembrar
e relembrar...
Sua nada singela obra.
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