Destroços de mim

 

Destroços de mim

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Destroços de mim

À deriva encantos perdidos, sonhos desmantelados e a inabalável fé que sulcava o meu ser em névoas de breu no horizonte se dissipou.

O voo da andorinha já não mais transporta a liberdade,

A singela beleza da flor já não ofusca os meus sentidos,

O imenso mar já não abraça o meu sonho de partir,

Apenas aquela sombria e imunda dor tolda as minhas vísceras carregando com ela o desprazer de viver.

Já não encontro o sorriso de uma criança do outro lado da rua de pedra calcetada e pelo homem desenhada,

Já não mais ouço a música que a minha alma embriagava.

Apenas destroços de mim restaram neste caminho tenebroso e solene que percorro sem nunca o encontrar.

E desmedidamente anseio reencontrar o meu ser,

Imaculadamente apanho os pedaços de mim e com eles pintalgo o horizonte que se avizinha com cores de incerteza e, quando os raios de sol fustigam o meu olhar, de esperança...  

 

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