De Praga com amor

 

De Praga com amor

Português

Nunca tive "a mulher da minha vida"
Porque continuo a minha vida sem mulher
"Há sempre a tal que escapa"
Isso é um eufemismo encapuçado
Uma mentira como outra qualquer
Cada um segue o seu caminho
Eu vim para Praga mas nunca foi uma praga viver sozinho
Aqui neva mas não faz tanto frio
Como nesse Porto sombrio sem um porto de abrigo
Eu tenho é saudades lá de casa
O resto tornou-se demasiado pequeno 
Por isso passa
Como tudo resto passa com o tempo
Fumo...
Até esse fumo passar a cartão
Contemplo com todo o tempo a beleza da cidade pela janela
Que deu origem à insustentavel leveza do ser de Milan Kundera
Isto poderia ser poético,romântico,dramático,mas nada do género
Sem género,sem ser,sem motivo
Sou eu apenas a cuspir o que vivo
E o que sobra de resto dos restos
E aqui...
Hoje...
O longe já não me dá nauseas
Aprendi a viver sem tantas pausas

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