Desculpa se não contive o abraço.
Precisei voltar à noite fria no preciso momento do adeus
para recordar os motivos de estarmos agora aqui
a conter outras formas de demonstração de afeto
e a proferir palavras circunstanciais.
Apesar disso é demasiado intenso o prazer
para serem recusados os preciosos momentos de divagação verbal
numa silenciosa dança de olhares em que tudo é simples
pela profunda consciência do que nunca será real.
A ligação tornou-se permanente,
e em cada breve reencontro, inquestionável,
sem que a isso se possa chamar algo mais do que o imenso que já é.
Somos livres e detentores de uma verdade
que em prol da sanidade mental optamos por não divulgar
e sempre com a certeza de que não é a última vez
que vamos partilhar o que não é de mais ninguém,
avançamos com passos firmes em direções opostas
e tudo permanece como é suposto acabar.
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