Quisera eu fotografar os meus sentimentos e revelá-los em papel, com tinta indelével.
A mesma tinta de cor vermelha que nos circula nas veias e percorre todo o nosso corpo.
Mas as insónias acordam-me a alma e não deixam dormir o meu coração.
Os pensamentos saltitam passo a passo, a cada segundo de vida e inundam este mar de lágrimas invisíveis.
Salgadas, doces ou azedas, todas se unem e perdem a sua identidade de partículas únicas.
Gotas vertidas em momentos especiais e com significado verdadeiro que apenas elas compreendem e contêm.
Loucas gotículas fugidas de órbitas brilhantes, incapazes de contrariar um comandante insano, arrazoador de subterfúgios fugazes.
Fugaz é, também, esse apressado tempo. Conjunto de minutos e segundos, ávidos por existir e que depressa se extinguem, de tão efémera existência que é a sua e a nossa.
Como fotografar, então, os sentimentos que palpitam?
Como captar no papel um tempo que não espera por nós?
Como entender as lágrimas que nos fogem, contra a nossa vontade?
A chave está no nosso coração.
A chave está na felicidade interior.
A chave está nos sonhos ainda não sonhados.
A chave aguarda pelo descanso noturno, para que se nos revele plenamente.
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