Era o cenário perfeito.
A praia estava deserta. Mais deserta do que é habitual para a época.
Talvez fosse por o Sol à muito se ter escondido debaixo do manto de água salgada. Ao fundo, a areia brilhava. Dançava em movimentos enleantes com a lua que não se cansava de insultar o mar revolto.
Tudo se parecia entender, até a brisa dava um ar de sua graça naquela estranha dança sem par. O mar sentia o meu coração. O mar ouvia-nos. Mas era na areia que a emoção tomava lugar. Era lá que dávamos largas a toda a nossa alegria. E a dança continuava, num ritmo cada vez mais alucinante e nós nem dávamos por tamanha confusão.
Já tudo se confundia e nem a pedra sagrada que tantas promessas e confissões nos fizeram fazer, se alheara à festa. Era a sinfonia completa.
Apenas tu e eu permanecíamos numa lucidez desfeita pelo calor da noite. Seria assim até ao canto do cisne.
Eu e tu.
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