Português
Eu vou contar uma estória
que aconteceu, foi realidade.
Eu tive uma avó
que se chamou Felicidade.
Sei que ela sempre foi feliz
desde a mais tenra idade.
E acreditem ou não,
é a mais pura verdade.
Foi a pessoa mais feliz que conheci.
Tratava a todos com bondade,
nunca desistiu de incentivar a todos
com boa vontade.
Eu fui a neta mais sapeca.
Volta e meia inventava uma brincadeira
para fazer a Vó Felicidade cair da cadeira.
Sentava - se ela todas as tarde
na soleira da janela,
enquanto fazia seus bordados,
ao cair da tarde.
Essa era a hora preferida
e eu ia sempre visitá-la.
Encontrava-a tão distraída,
sentada de costas para a porta da cozinha.
Então eu chegava de mansinho,
sem que ela percebesse
e gritava aos seus ouvidos,
fazendo-a jogar tudo para o alto
e muitas vezes até cair da cadeira.
Mesmo com toda essa brincadeira,
ela não ficava zangada.
Levantava e continua
seu trabalho de bordadeira.
Era então que eu perguntava:
- Onde estão os pães de milho?
- No forninho, não demora,
respondia ela.
Mas antes de ir embora,
precisas me pagar o susto,
cantar a canção
que me embala o coração.
Eu então cantava uma velha canção,
chamada Dominique,
que aprendi mas já esqueci.
Depois disso eu ganhava
um pão de milho bem quentinho,
para tomar com o café,
com margarina e mel,
que a minha mãe preparava,
quando para casa eu voltava.
Mas as estripulias que eu aprontava,
com a Avó Felicidade,
eu nunca contava.
Agora é só saudade...
Débora Benvenuti
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