Um raio de sol tocou o meu ser
Assim que a minha mãe me deu à Terra
Nas asas do vento voei e uma canção de vida em mim entoou
Naquela desmedida ânsia de nascer, toquei a realidade nua da vida.
Imaculada imagem que transborda em mim criança
Natureza tão somente com cor e cheiro e som
Desnudada por mim e oferecendo-me a lua
Que salpica sonhos de prata em meu olhar
E eu a sonhando como um trago
Que as minhas sedentas vísceras de vida anseiam,
E assim sou eu, atravessada por esta estranha vida
Olhando o seu olhar a cada encruzilhada que percorro
E em cada ser que a minha alma toca,
Procurando encontrar-se em cada esquina a que se assomou
Frustrada de humanos de regras imundos
Por mim intransponíveis e que desdenho sem pudor
E grito incessantemente sempre a renascer
Na verdade de mim desenhada no meu ser.
E aqui me encontro de desamor resplandecente
Que busco nas minhas asas ao voar,
E nos sonhos dos meus que perdidamente amo
E assim aqui sou, de sonhos repleta e fugazes demónios
Que me atormentam e teimam em não partir,
Puxo da minha espada de luz e ofusco o seu olhar
Ergo a minha fronte e o horizonte me beija
E teimo em viver a vida que por mim passa,
De punho erguido e vivendo sempre o meu ser
Que apenas busca a verdade do seu ser.
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