Português
Não alcanço já as forças
Que antanho foram timão
Nem espero já que me oiças
Citereia, renunciei à ilusão.
Oh Camões, nobre poeta,
Quanta razão tinhas tu,
Se amor é choro de profeta,
É paixão, fortuna de Belzebu.
Não peço nem recanto
Que me possa dar guarida
Não me perco nesse encanto
És cinza, de folha ardida
Tudo o que do amor perece
Na ruína acaba, n’amargura finda
Não é amor se de dor não padece
Como podes ser, amor, minha razão de vida?
Tentador é o dilema,
Mas falsa a contradição
Tanto amor tem o poema
Como sofrimento a paixão.
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