Ainda é possível refazer o que foi desfeito.
Ainda é possível secar a insensatez a crescer dentro do peito,
ainda é possível acalmar com um beijo todo este pranto.
Ainda vamos a tempo de estremecer. Por tudo e também por nada.
Ainda é possível transformar a sorte em pecado;
ainda é possível calar com uma mão a boca ao diabo.
E ficar.
Por mais que me assuste adormecer no lume brando dos dias,
despertarei tranquilo desse espaço frio, e vago, da tua ausência a prazo.
Porque ainda é possível resgatar o que é teu e meu, e nosso, por direito.
Porque isso é dever que devemos um ao outro.
Ainda é possível fazer tudo o que não foi feito; sermos nós e sermos tanto,
sermos casa e sermos dor. Porque será sempre possível, cedo ou tarde, o amor.
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