Amanhã

Porque hoje pede um amanhã... E o amanhã que nunca chega...nunca, nunca...

Vive lá à frente. Quase a um passo, quase a um abraço. Mas foge e quase lhe toco, mas nunca o alcanço.

Ah! Este amanhã inatingível. Este amanhã fugidio. Por que o persigo... por que teimo em o querer agarrar?

Amanhã incerto. Amanhã duvidoso e esperançoso. Por que teimas em não chegar? Por que me foges?

Por que corres à minha frente ora com passinhos pequenos ora galopando por entre as ondas do tempo?

Persigo-te! Almejo-te! Nunca te toco! Irristas-me! E zango-me!

Cerro os punhos e grito, daqueles gritos que voam. E no entanto, não me ouves, nem queres ouvir...

Abandonas-me sem dó, sem olhares para trás, sem me dares a tua mão que penso ser suave e segura.

Meu amanhã, sinto que jamais me pertencerás... E eu quero-te, quero-te com todas as forças... reconheço...

Em surdina entoo-te uma melodia que componho no momento sussurro com a voz mais suave que consigo o teu nome...

Mas corres, corres veloz e teimoso... Mas sempre deixas que te persiga...

Quase te toco... quase te sinto nos meus dedos... Sonho com o teu abraço quente e reconfortante

Sigo-te, passo a passo... colocando os meus pés nas tuas pegadas. 

Olhas por momentos nos meus olhos e sinto as tuas palavras - Segue-me! E eu sigo-te passo a passo...