“O inesperado condiciona-nos os momentos mais fantásticos e ordinários desta vida.”
Acaso
A chuva caminhava
percorria a via do céu à terra
ninguém lhe dirigia palavra
por ser um acaso desta esfera…
A chuva inundava,
como paixão que arde
desde algum tempo aonde não se vê…
Que desde cedo, cresceu até tarde
e no seu interior não sente, só crê…
A chuva divaga, inerte
sim, e acredita haver sempre algo
inesperado p’ra quem desconhece
a sabedoria onde não há estrago,
e o erro humano jamais permanece
qual acaso do destino
enobrecendo nuvens de um céu
escuro, mas de brilho divino
puro, ingénuo e sem véu…
Acaso com mistério e vergonha
que não tem em conta o futuro
só anseia o amor que vem na cegonha
p’ra amolecer até o coração mais duro…
Acaso provocando a união
de dois seres independentes que se conjugam
para os quais jamais haverá separação
pois qualquer defeito subjugam…
Na natureza a sede findara
e a chuva enfim descansava,
pensava por um só momento
que o acaso desta vez transformara
dois corações num válido sentimento.
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