Ao mergulhar nas águas do pensamento
Descubro agora, que eu não tenho paz
Não tenho pais e tampouco País
Eu que já me pensei um dia alguém
Continuo aqui, parada no mesmo lugar
Sozinha, triste e sem ninguém
Eu que um dia já fui patriota
Vi os jovens, que mal começavam a viver
Se perderem numa luta, que não era própria
Vi os velhos chorarem pelas calçadas
E esses morriam, sem ter a quem recorrer
As crianças de olhos embaçados e mãos estendidas
Essas nem riam e nem choravam
Só esperavam, o que podiam do semelhante receber
E tantas vezes foram com o nada correspondidas
Crianças sem sonhos, sem presente e com fome de vida
Ao mergulhar nas águas do pensamento
Lembro agora de ti, a minha sobrevivência
Como se fora um segredo, uma poção
Do quanto serviu-me a tua provável existência
Porque dela eu fiz, sem pena, o meu alimento
Então sobrevivi na terra de ninguém
Sem paz, pais ou país.
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