E é nesse breve entretanto entre o nada e a saudade que te procuro com a cegues do tacto mal treinado. Apalpo a tua forma nas coisas, tentando reconhecer os teus padrões curvilíneos nos objectos que desconheço. Por momentos, uma esperança encantada surge do meio da escuridão. Não a deixo escapar, agarro-a com força. Com ela faço um desenho de luz. Sigo os contornos sossegados da tua silhueta que ainda recordo com paixão. És, agora, e mais do que nunca, aquela ilusória constelação que ilumina a vontade e dá forma ao desconhecido. Porque pior do que desconhecer é não saber o que se desconhece. Assim, conhecendo o que não sei, acredito no que não vejo e confio em ti. Apalpo o futuro contigo, com o toque da incansável esperança que é, dizem, sempre a última a morrer.
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Comentários
*-*
"ilusória constelação que ilumina a vontade e dá forma ao desconhecido"
Maravilhoso!
Muito obrigado
pelo amável comentário!!!
Gostei
:)
Obri
gado :)