No peito um frio que assenta como a geada pela manhã.
As mãos ardendo irrequietas, em chama vã.
E na garganta uma rouquidão que rouba a voz;
Poemas por dizer, porque estamos sós.
E os braços são pesados e não agem.
Os olhos vidrados, nalguma miragem...
Porque nem os sonhos acordam pela manhã.
Há vento frio, que adia tudo para amanhã.
Um esboço de um sorriso, parece um esgar!
Alguém sussurra, querendo chamar.
E mais uma vez nenhum afã...
Esfarrapa-se o nevoeiro pela manhã.
Os passos são presos, lentos e pesados.
Ninguém, por nenhum dos lados;
Criatura esfingica, parada no monte.
A coragem não tem fonte;
Nem a liberdade caminho por onde seguir.
Só o medo dá vontade de fugir;
Só o vento soprando em redor,
Traz o perfume da flor.
E se a mente restar sã;
Encherá o peito de ar, pela manhã!
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