outubro

 

outubro

Português

Escondido no recanto inerte da mansão sublime,

Naquele outubro frio observava os desfiles bolorentos

Da aristocracia podre que teimava em encenar

O cenário já corroído pelas estórias da história.

 

Os barões empobrecidos que blasonam a nobreza

Caduca e bolorenta sem nenhum bago,

De vestes rotas pelo destino menos feliz,

Passam empinados e esborratados perante si,

Que escarnece moderadamente as amargas figuras.

 

Os condes, com capital, opulentos, mas de aparência duvidosa,

Se por um lado, querem aparecer,

Por outro, querem fazer passar o seu estado,

Diminuto e enfraquecido,

São pessimistas e gostam de ser desgraçados,

Apesar da sua abundância,

Gostam do procedimento do elementar miserável,

Desgraçado e mesmo pobrezinho,

Quando por ele passam, olham-se, baixam a cabeça,

Ajeitam um trejeito de angústia permanente,

E seguem o rosto.

 

E os outros?

 

Esses bem queriam ser da aristocracia,

Infiltram-se como pragas fortes,

Têm dinheiro, mas falta-lhes a procedência, o berço,

A vestimenta denuncia-lhes a titulatura,

Quando se observam no tal trânsito,

Coçam-se por todo o corpo,

Emaranham-se e desemaranham-se

Salivam o cabelo,

As pestanas e as sobrancelhas,

Os ombros descaídos

Denunciam-lhes a falsa pose.

 

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