Escondido no recanto inerte da mansão sublime,
Naquele outubro frio observava os desfiles bolorentos
Da aristocracia podre que teimava em encenar
O cenário já corroído pelas estórias da história.
Os barões empobrecidos que blasonam a nobreza
Caduca e bolorenta sem nenhum bago,
De vestes rotas pelo destino menos feliz,
Passam empinados e esborratados perante si,
Que escarnece moderadamente as amargas figuras.
Os condes, com capital, opulentos, mas de aparência duvidosa,
Se por um lado, querem aparecer,
Por outro, querem fazer passar o seu estado,
Diminuto e enfraquecido,
São pessimistas e gostam de ser desgraçados,
Apesar da sua abundância,
Gostam do procedimento do elementar miserável,
Desgraçado e mesmo pobrezinho,
Quando por ele passam, olham-se, baixam a cabeça,
Ajeitam um trejeito de angústia permanente,
E seguem o rosto.
E os outros?
Esses bem queriam ser da aristocracia,
Infiltram-se como pragas fortes,
Têm dinheiro, mas falta-lhes a procedência, o berço,
A vestimenta denuncia-lhes a titulatura,
Quando se observam no tal trânsito,
Coçam-se por todo o corpo,
Emaranham-se e desemaranham-se
Salivam o cabelo,
As pestanas e as sobrancelhas,
Os ombros descaídos
Denunciam-lhes a falsa pose.
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