Dizei que rio,
Direi que trist’ando,
Dizei que existo,
Direi que me não ouço,
Dizei me perco,
Direi m’encontro,
Que manso me fico
Entre o parecer feliz
E o chorando a fio
A dor que não tenho,
Vivo da tristeza alheia,
Que nada vale “se-calhar”,
Dizei que rio,
Sorrirei “até-mais-não”,
Mesmo que soe a falso,
Os olhos não têm tacto,
Nem os ouvidos boca,
Escondo as mãos demais,
Não deixando os dedos,
Denunciarem o que penso,
Ou os joelhos saberem,
Que me perdi
No campo,
Direi que existo
Nas flores do mato,
Caso lembre,
Que das dores esqueci já,
A floresta é dentro de mim e ela
P’lo tacto diz-me que sim
Tudo quanto desejo é lá,
Pra isso existo, mas apenas
Do lado de cá…
Jorge Santos (07/2017)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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