POR CAUSA da inveja dos seus próprios pares, Hui-neng, budista Zen (Ch’an, em chinês), que era analfabeto mas mais iluminado, fugindo, juntou-se a um grupo de caçadores por 15 anos.
“Ocasionalmente, pregava-lhes, (falava-lhes) de uma forma que se encaixava no seu entendimento. Costumavam colocar-me de vigia junto das armadilhas, mas sempre que ali encontrava criaturas vivas, soltava-as. Às refeições, deitava vegetais na panela em que cozinhavam a carne. Alguns deles questionavam-me e eu explicava-lhes que preferia comer apenas vegetais (muito mais saudável!), depois de terem sido cozinhados com a carne. Um dia pensei comigo mesmo que não tinha de levar uma vida de reclusão e que era chegada a altura de propagar a lei. Concomitantemente, deixei-os e parti para o templo Fa-hsin em Cantão”
Da: Autobiografia de Hui Neng, em: “BUDA e os seus ensinamentos”, de Samuel Bercholz e Sherab Chodzen Kohn, c/ prefácio de Bernardo Bertolucci, da Difusão Cultural, de Lisboa
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