Inglês
Um dia eu precisei de uma amiga. Tinha muitas, mas não sabia com qual delas eu podia contar. Havia me divorciado, tinha meus filhos pequenos, estava sem ter para onde ir, pois havia dado uma segunda chance ao meu ex-marido e as coisas não deram certo. Eu era professora de Educação Artística e no momento do divórcio, pedi à Delegada de Ensino que me transferisse para outra cidade, onde eu tinha a casa da minha família para morar. Três meses depois, meu ex-marido foi me buscar e ficamos mais um ano juntos. Foi nesse momento que eu precisei voltar a falar com a Delegada de Ensino e solicitar que me deixasse voltar para a minha cidade, onde eu morava antes de casar. No magistério é assim: se não tem quem te substitua, você não pode ir a lugar nenhum, mesmo que não tenha onde morar. E eu tinha uma amiga na escola em que trabalhava, que se chamava Sheila Teixeira. Era com ela que dividia todas as minhas preocupações sobre o que fazer. Depois de algum tempo, a Sheila foi trabalhar na Delegacia de Ensino e como era férias, eu disse a ela que iria embora, mesmo sem a transferência que devia levar comigo e apresentar na nova escola. Sheila,depois de muito refletir, me disse que fosse, que depois de eu estar na minha cidade e não ter condições de voltar, ela convenceria a delegada a me dar a transferência. E assim foi feito. Fui para Santa Maria/RS e ao chegar lá, me apresentei na Delegacia de Ensino e disse que estava lá sem a minha transferência. Descobri mais tarde que a Delegada da minha cidade era uma velha amiga e foi com a ajuda dela e da Sheila (que deve ter se empenhado muito em convencer a Delegada da outra cidade a me liberar). Eu já estava administrando aulas, sem documentação, a espera da minha liberação. E ela chegou quando eu menos esperava. Por isso, minha amiga Sheila, sempre que posso eu conto aos meus filhos a grande generosidade do teu coração em me ajudar, coisa que outras pessoas, mesmo sendo da família, não teriam feito. Minha mãe também foi uma pessoa extraordinária, quando tantas portas se fecharam naquele momento em que eu mais precisava de ajuda.
Débora Benvenuti
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