temos uma insuficiência inteira para conseguirmos ser suficientes
uma sombra: a sombra vem: a sombra não nos deixa
nós podemos ser a sombra: podemos ir: podemos não deixar alguém
ser abrigo, ser âncora, ser suficientemente tudo
nada. nada pertence à penumbra da inércia:
somos um copo que parte, um corpo que parte, uma parte que incorpora:
temos um limite de capacidade para darmos a escusa de sermos incapazes
apunhalamos a nossa penúria com os retalhos envidraçados:
o vento derruba, o vento sufoca, o vento isto, o vento aquilo.
a nossa condição é frágil: a nossa função é estimar o frágil sem condição.
somos um beijo que não toca, um toque que não beija
somos a décima parte do que existimos e a totalidade do que temos.
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