Em frente à Brasserie da Avenida da Liberdade

 

Em frente à Brasserie da Avenida da Liberdade

Português

Um come a sopa de cenouras

ressequidas e alho francês.

Escondido na sombra,

para não escandalizar

os olhos mais sensíveis,

não lhe distingo as feições

morenas, vincadamente marcadas

pela expressão suplicante

que é a sua máscara.

Não olho, para não me enojar,

as unhas sebentas, fungosas

dos pés calosos, que artrite.

Trapo velho, sujo de dejectos.

É sexta à noite...

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