E isto fervilha
Mesmo quando já não há água para cozer
E tento pensar noutra coisa,
Há tanto mais onde me focar
Mas o que é isto,
De que fujo e volta sempre ao mesmo?
E eu tentei ver certo, tentei mesmo
Já não espero por nada
Já não me comprometo a nada
Já aceitei que não há caminhos para sul
Então de que vale agora mais testes?
Se tudo o que havia para provar, já foi
Não volto a tocar onde sei que me vou queimar,
Não volto a tocar onde sei que vou ceder,
Não volto a ser água onde sei que me vão ferver.
Que bem que se estava hoje
No átrio do terraço
Onde caíam gotas mórbidas
Que derretiam fachadas
Desenlaçavam enredos
Fustigados em tempos
E num entrelaçar de dedos,
Ficaram sem nada para sofrer.
Que bem se estava agora,
Sem segredos ou cenas por dizer,
Nas escadas para um palco sem nada a acontecer
Ao lado de quem, pergunta sem querer
E sem crer, se sente mais que sentado a ouvir.
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