Milly Barreiros

Nasci na Covilhã. Aos 14 anos rumei a Moçambique com a família, na demanda de tranquilidade utópica para a minha mãe, roída pelos ciúmes do meu pai, machista e misógino como aprendera na sociedade covilhanense de então. O meu pai sonhava melhor vida. Nada disso foi alcançado.
Mas foi em LM, hoje Maputo, que estudei e ingressei como colaboradora no Rádio Clube de Moçambique, na Rádio Mocidade, como repórter no jornal hebdomadário Voz de Moçambique e como chefe de redação no jornal pedagógico Encontro da Escola do Magistério Primário.
A Poesia sempre presente na minha vida, a própria, que me salvava dos dramas adolescentes, e a dos outros onde me espelhava e onde bebia ritmos, metáforas, expressividade.
Com 27 anos regressei, casada, com dois filhos, e uma imensa saudade.
Cá dediquei-me à profissão, dei aulas, fiz mais alguns exames e sempre ligada à poesia.
Já reformada, tenho concretizado sonhos. Voltei à rádio, publiquei alguns poemas em dois Cadernos Moçambicanos (manguana). em duas Viola Delta (antologias), tenho declamado poesia de poetas que admiro,tenho um livro à espera de publicação, sou voluntária e contadora de histórias, etc...
Aprendi que nunca é tarde para viver os nossos sonhos.