Como José Luís Peixoto de mim disse, "a poesia multiplicada pela vida".
De mim basta isso saber.
Tresloucadamente entre
nudez e pureza
ando e habito.
Insistidamente por entre
fogueiras e peles
queixadas pela lama em que se lavam
estou e sou.
Teu rosto.
Teu peito.
Percorro,
penso e agito.
Tua barriga,
tua virilha.
Ando,
viajo e vibro.
Teu pelo.
Teu meio.
Piso,
Ri de mim que
me apaixonarei mais por ti.
me apaixonarei mais por mim.
Ri e volta a rir de mim e ensina-me assim a gostar de mim e de ti,
Refugiada sob o suspiro da Mãe-Terra, surto pelo ruído do fumo citadino. Afogas-me impureza em que habito por querer. Afogas-me tinta preta em
Sinto-me em ti cada vez que denuncias poesia. Sinto-me à vontade. Como se o meu corpo no espelho se vislumbra-se e se pudesse denunciar em detalhes, olhando-se nu.
Quando te vir, entre vislumbres e atalhos
minusiosos de teu corpo,
é na boca que te vou beijar,
é de braços aflitos que te receberei.
Oh!
Quem és tu? Quem me és tu?
Quem? Quem me entrou sob
o aumento das pulsações do solo
terrestre das papoilas de cor púrpura?
Quem sob o fruto das leias naturais
Escrevo-te escrevendo-me,
sou-te sendo-me,
vivo-te vivendo-me,
mas contudo e por tudo,
amo-te amando-te.
Tão pura e simplesmente assim.
Teu corpo, deixa-me explorar.
Toque sob toque
sente-me dentro de ti.
Teu cheiro, teu beijo, teu corpo, deixa-me nervosa.
Tremula. Insegura.
Fora de mim.
Poderei um dia suspirar-te à vontade?
Por detrás de ti,
pequena estranhesa,
sou-o a humana desumana, pois
tanto viveria em ti como morreria por ti.
Escreve-me uma carta e diz-me
deambulando sobre ti
escreve-me palavras e suspira-me.
Todos os cantos de amor,
todos os toques de paixão,