arresiur

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Conteúdo

 

ritual

Naquela tarde segui, embriagado, rumo ao esquecimento. E esqueci-me do mundo lá fora. O ruído era intenso. O medo era grande.

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amo-te

Na colina sobranceira de tua casa, aí me encontro. Eu, o vento, que geme na negra noite. Mesmo junto a ti, tu não me vês, e é onde passo o dia-a-dia.

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esperança

Rodeado apenas pelo vento, vagueava pelas ruas da cidade. Em ambos os meus ouvidos permanecia a tua voz bradando convictamente sem cessar a palavra " NÃO ".

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sonho

E no esplendor dum entardecer de verão, altas espigas de oiro ardente, reflectem a sensualidade da tua face, num dia ardente à beira-mar.

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tu

Estou na margem... Para lá do abismo.

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a lua vai alta

Madrugada fria
e eu aqui sozinho.

Preciso de ti.

Onde estás?

Longa é a noite em que te espero.

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last night

É noite... lá fora a cidade já dorme. Aqui, o tempo passa lentamente, abro o maço, tiro um cigarro, e puxo-lhe fogo. Penso na vida.

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tristeza

Fecho-me num quarto escuro, onde tudo se torna claro, acendo um cigarro, o último do maço...

Género: 
 

solidão

Perdido na tristeza,
afogo as mágoas
na solidão dum Gin.
E penso em ti.

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a cidade

Existo no tempo
e vejo a cidade
sem abrigo
nua e fria
e fico
aqui

Género: 
 

olhos

Olho . . .
O quê?
Os olhos
De quem?
Os teus.
Como vês com os teus olhos?
Do mesmo modo que eu!
Como faço?
Olho nos olhos teus.

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hoje

Hoje,
nesta tarde quente em que o sol teima em queimar e me faz suar o corpo.
Hoje,
nesta esplanada onde eu e tu nos encontramos.
Hoje,

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declínio urbano

Habito na cidade
Bares
Jogo
Estultícia
Arquitecto jogos na minha mente
A ideia esvanece-se
Cães latem
A cidade dorme

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maria

Enches a noite de aventura
P’ra uns vaidosa
Outros
Puta
Sem medos
Sem receios
Segues p’los labirintos do fauno
Noite após noite
Tropeçar

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o vagabundo

Parto como o vento
Sigo estrada fora
Estou a milhas de casa
Vou moribundo
O meu nome nada significa
Estou sem sono
Na velha rua vazia ninguém para ver

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livro dos dias

Raio de sol
Despertar de consciências
Inicio da viagem.
Percorro os caminhos,
tortuosos da minha mente.
Parto a explorar o deserto.
Mescal
Visões

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ideias

Lá fora
o vento,
Uma vida
Uma alma
E um dia
eu serei livre
Para lá do oceano
eu vou
no mar
eu navego
E eu vou brincar

Género: 
 

agora

AGORA
no meu refúgio tranquilo
sou um homem solitário
AGORA
o meu sonho desapareceu
mas, permaneço iludido
AGORA
nesta velha cabana

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a m i z a d e

T u d o i s t o p o r q u e a a m i z a d e
n ã o e s t á N o f u n d o d e u m
s a c o d e p l á s t i c o d e s c a r t á v e l ,
n e m n a c u r v a d o f i m d a r u a .

Género: 
 

desejo

Desejo
Angustia
Vontade de ...
O brilho esvai-se
Uma melancolia suave
Repouso
Desespero
Uma suplica
Uma dádiva
Uma esperança

Género: 
 

lamento rapariga

Lamento rapariga,
mas não,
não posso continuar
a sentir-me como ontem.
Estiveste fora,
partiste,
foi demasiado tempo.
Agora

Género: 
 

caminho

Sente-se o caminhar
sobre ladrilhos dourados
despe-te, ama
entra, a chuva é intensa
vive, ama, amar-te-ei
no jardim, cravos murchos
pétalas caídas.

Género: 
 

especulação

Entras-te hoje nos meus domínios,
deusa de esmeralda, profanadora do oculto
Que ganhas-te? Que perdes-te?
Um mundo; a felicidade
Para lá do muro de coral

Género: 
 

a avenida

Sigo pela avenida,
os cafés recolhem
as mesas.
Esplanadas frias,
já sem ninguém,
já sem sentido.
Chuis fazem cumprir a lei
com varinhas de condão.

Género: 
 

o desconhecido

Parti à procura, percorri todos os bares da cidade
drogas, alucinações, sexo
debati-me com o povo
fui aprisionado
pelo poderio das massas.

Género: 
 

non essere triste

Non essere triste alla mia partenza
Presto per essere di nuovo insieme
Secco il tuo volto, ti liberi di questa sofferenza
Pensate al bene e nel male

Género: 
 

negras sombras

Esta sombra que me devora
Que me asfixia
E não
Não me deixa
Ser mais eu
Este negrume da noite
Que me consome
E não
Não me deixa
Partir

Género: 
 

a passagem

Abri agora a porta
Realidade
passei para o outro lado
tento...
tento desesperadamente,
em frente
uma selva
viagens
passado inexistente

Género: 
 

alucinação

Passa-se num quarto
luz ténue
velhos livros empoeirados
o cigarro queima-me a ponta dos dedos
nos meus ouvidos, um leve melodia
um telefone toca
saio

Género: 
 

é certo

É certo que por vezes
Pode ser tarde
Mas será tarde?
Ou talvez cedo
É certo
Que se procura algo
Um momento
Um instante
Um tempo perdido

Género: 
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