Poesia! Fiel companheira das horas de tédio, Dos momentos insanos, sensatos, Sentimentais ou profanos, Das promessas, esperas e enganos,
Voa mosca,
soa mosquito,
pousa mosca,
e eu me irrito.
Vida tosca,
PARADIGMAS
São tolos os donos da retórica mística Do tom correto, da cor perfeita Do medo oculto que o amor enfeita No poder sagaz da audição simplista
VIRTUDES
Eu tenho poucos medos E os segredos suficientes Alguns desejos ardentes E muitos enganos ledos
SEM A ILUSÃO ?
Ai de mim sem a ilusão Esse abraço quente e apaziguador Trás no olhar um sim encantador Que clareia de sorrisos minha canção
PESSOAS
Um Zeus multiplicando dons Conduzia luz em cântaros rotos Roubando a lucidez dos loucos Na fala de todos os sons
O POETA
MEUS DONS
Tenho a alma repleta de sonhos Tenho os olhos cheios de mar Vivo como um encantado a voar Sobre os silêncios de olhares castanhos
INDEFINIVEL
Mesmo que eu te faça odes imortais Que cante esse idílio em luz Que eternize teus olhos azuis Em versos de erudições astrais
DUVIDAS
O que será que tem Por trás daquela porta? Uma oração nissei? Uma paixão sem lei? Ou um porto, destino de todas as rotas?
COMIGO
Eu trago em mim Velhos versos ainda não lidos Tolos poemas adormecidos Loucas palavras em festim
CAREÇO NERUDA
A PORTA
Quando eu abrir essa porta Vou promover uma festa Vou aparar as arestas Vou consumir toda a cota
ANGUSTIA
A ILUSÃO DO AMOR
Hoje percebo detalhes...
Que outrora não percebia.
Hoje entendo detalhes...
um corpo dado ao desejo…
gabriela rocha martins silves,
2015
Andando pela areia de uma praia...
Pude perceber sorrisos...
Alegrias e contentamentos.
Ouvindo o marulho das ondas,
Fiquei evasivo ao som daquele mar...
Esta mulher me empasta, me arrasta, me castra, e dela me afasta, como se fosse casta.
Estamos em visita por aqui...
Temporariamente passando.
Passando por guerras,
A inércia procura o vácuo onde se afunda no nada Pretende um todo que se desvanece em todos os sentidos É um movimento retumbante que aflige o pensamento
Lúgubre reflectir em matéria inexistente Prende em silêncios a vida que se sente Anuncia o prelúdio do termo. Morte. Que se ergue desde as origens
Ando fugida de mim mesma.
Parei nas escadas do meu sentir e não encontro o degrau que me faça descer aos abismos que moram em mim.
no negrume da noite uma página... espera em silêncio
sôfrega por letras palavras frases ou mais
história amargas mentiras retorcidas melancolia
luas e sóis esperanças
lágrimas
porque me rio?
Poderia escrever por palavras tudo o que vejo. Poderia dizer-te que sonhei com o que iria acontecer.
espíritos antigos professam dualidades
poesia
vidência no assento do vinho
cai a noite.
estou só, desamparado nesta estranha tristeza, e na melancolia da solidão deste espaço sinto o cansaço.
Escrevo...
Escrevo as palavras que não consigo dizer através da voz.
Escrevo por sentir que nada nem ninguém pode vir a entender-me.