Sabe-me bem, estar aqui sentada, ver a chuva cair Sabe-me bem, este café quente e revigorante Saborear o momento, sem pensar no devir Sem pensar em nada: ser apenas- instante;
Vou subindo no teu vir Que importa o devir? Se onde acabas tu, começo eu. Tal como se fundem o mar e o céu.
Vou dando passos, não apressados Quero agarrar o tempo e viver Vou equilibrando presentes e passados Vou aprendendo a ser, antes de ter.
Encerro-te na minha cúpula
Como água em jarra
Líquida memória, que vida pula
E que a história não narra.
Suzana D´Eça
O meu olhar, na linha do universo se perdeu Não soube onde acabava o mar e começava o céu Peguei nessa linha, coloquei anzol e tentei pescar
Corre um rio triste Na tua alma Que na minha desagua Em noite escura… De forte, fura O alento de dizer: Não Num ápice fá-la madrugada
Manel já nem se lembrava de como tinha nascido. Toda a sua vida, os campos verdes e os riachos tinham sido o seu leito e o seu colo.