Estou encoberta por um nevoeiro que oculta a minha existência, e entre esse nevoeiro cerrado Nota-se apenas a presença de um vulto. Um vulto apagado, esbatido, esquecido... Um vulto que se mistura com o nevoeiro, e se tinge com a luz do luar, Um vulto onde não há imagem, há apenas reflexo... O reflexo de alguém que ficou por existir, Sou o vulto manchado no nevoeiro, não se sabe se é mito, não se sabe se é verdadeiro, Há crentes que dizem tê-lo visto, Há gente que diz que o viu passar... Não há ninguém que tenha visto o seu rosto, o seu olhar, a sua expressão... Como é possível lembrar-se de algo que não existe? de algo que nunca existiu? E assim o vulto vagueia na inexistência do seu ser, Esperando que o nevoeiro passe e que já não haja luar...
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