(Em lugar primeiro,)
Não quero nada inteiro,
Como uma criança o giz
Ou um brinquedo dado,
Uma completa dor de cabeça,
O sol ou o céu abertos de par-em-par,
A morte certa ou o pão mole por partir,
O encanto do azul-marinho esbatido na praia,
A miragem do deserto em faixas ocre e amarelo,
Inteiro é o doer
Que ninguém deseja,
É o sofrer que convive contigo,
O brinquedo da loja, que queria ter,
O céu e o sol porque são meus
Que os conheço,
Sobre a cabeça ponteiros
Como pensamentos, lanças d’África,
Não quero por espontânea geração
O que sinto e lá não está,
Nem o que trago em trapos rasgados,
Mal cosidos ao peito,
Não quero inteiro nada, nem a vida
Dividida, não quero lugar terceiro,
Não quero nada por inteiro,
Quero todo o erro que eu possa ser,
Em lugar primeiro …
Joel Matos (01/2018)
http://joel-matos.blogspot.com
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Inteiro é o doerQue ninguém
Inteiro é o doer
Que ninguém deseja,
É o sofrer que convive contigo,
O brinquedo da loja, que queria ter
Não quero por espontânea
Não quero por espontânea geração
O que sinto e lá não está,
Nem o que trago em trapos rasgados,
Mal cosidos ao peito,
A morte certa ou o pão mole
A morte certa ou o pão mole por partir,
O encanto do azul-marinho