Deram-me espadas para ir à luta mas sempre me faltou a armadura. Sempre me falaram da massa de que são feitas as guerreiras e eu um dia quis tentar. No início era o verbo, era o não mata mas mói.
Hoje escrevo-te mesmo sabendo que nunca o irás ler. Dirias que estavas cansado para o fazer, que tem palavras a mais. Ficava feliz se te pudesse ouvir dizê-lo.
De tudo ficou um pouco.
As rosas brancas enforcadas pelo azul que traduz a vossa ausência
O sol que bate mas não entra
A falsa grinalda de falsas vivências
Até que aprendas o valor da vida, jamais desejarás a morte
Até que aprendas a amar, jamais odiarás
Até que conheças a amargura, jamais experimentarás a revolta
Os meus amigos ? Eu vi-os cair... Sou feita de ferro mas puseram-me um coração de lata que enferruja com qualquer pingo de chuva. Tem sido sempre assim, inverno em mim o ano inteiro.
Podes conquistar-me a pele, os olhos, conquistar até mesmo o meu lado bom mas jamais conquistarás o demónio que há dentro de mim - ele não se deixa dominar antes que enlouqueças.