Mais alto, mais longe

 

Mais alto, mais longe

Portuguese

Até que aprendas o valor da vida, jamais desejarás a morte
Até que aprendas a amar, jamais odiarás
Até que conheças a amargura, jamais experimentarás a revolta
Aprendes a ser indiferente no dia em que percebes que o amor não te salva da morte, que a moral não te devolve a vida, que nem sempre recebes o que dás.
No dia em que experimentas a deceção, aquele ardor no peito que faz com que a boca seja mais rápida do que a cabeça, começas a viver. É a raiva que nos faz viver, e não o amor.
Quando pedes que não te deixem partir, chegou a hora de não mais voltares. Há amores que de tantas vírgulas, não chegam a ter ponto final. O desgaste massacra e corrói até que decidas parar de vender a alma ao diabo e te tornas tu mesmo na personificação do mal.
Deixa de haver luz, deixa de haver vontade, deixa de haver amor próprio, deixa de haver vida. Percebes que estás morto quando deixa de haver por que lutar e sobretudo, por quem lutar.
Tu, que até aí foste sempre carne, passas a ser sombra do que foste. Vejo os teus olhos mortos nesse corpo vivo e pálido que insistes carregar.
Queres acordar mas estás preso lá atrás, queres levantar-te e vestir a tua roupa de viver mas nem sempre consegues.
A criança que foste, orgulhar-se-ia do adulto em que te tornaste ?

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