Sou uma pessoa, mãe, mulher, escrevo regularmente desde os 8 anos de idade.
Como contar-te nos segundos de um orgasmo a vida que eu sou, neste corpo em que habito? Como dizer-te que não irei esquecer o teu roçar no meu corpo,
Pedes tempo,
pedes silêncio para aquietar as mágoas
pedes o tempo que o teu tempo tem de ter
para esquecer as noites quentes de verão.
Quantos poemas tem a vida? Quantas histórias nela cabem sem se magoarem e quantas dores amadurecem sem doer? Por favor, aproxima-te, chega-te à luz do candeeiro
Hoje abri as mãos para podermos fugir. Rasguei o sorriso nos lábios ganhando a luz que perdi. Vesti a ternura arrumada afugentando as malvadas
Pintaste-me o corpo de baixo pra cima de mim do avesso para o mundo.
Depois regressaste sem pressa nas duas próximas curvas escondido em tons carmim.
INTERIOR
Somos ilhas flutuantes neste mar de gente igual enfrentando temporais.
Buscamos dentro de nós a verdade assaz diferente que nos ligue aos demais.
JANEIRO
PASION
Há anos que se encontravam na escada.
Saíam quase sempre à mesma hora, possivelmente a caminho dos empregos.