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Quantos poemas tem a vida?
Quantas histórias nela cabem sem se magoarem
e quantas dores amadurecem sem doer?
Por favor, aproxima-te,
chega-te à luz do candeeiro
e lê-me vagarosamente,
como se não houvesse tempo.
Nestes dias com chuva
também sou capaz de perceber
que do que se toca tão pouco ou nada
é já capaz de nos prender.
Velas acesas por mim, uma a uma, devagar,
levam-me até um lugar onde o ar se perde no céu.
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