Dica musical para acompanhamento da leitura: Justin Vernon- A Song for a lover of long ago.
Aqui vem mais um sentimento que pensaste estar mais que enterrado.
Prepara-te, mas fá-lo com cuidado e com uma introspecção profunda, nunca foi muito aconselhável rever sentimentos exasperados e que pareciam mais que fixados no passado.
Prepara-te.
Vai doer.
Ali estava eu, a observar tudo e todos de um outro panorama quase invisível, dei por mim sendo uma peça de um outro puzzle, daqueles mais complexos e não apropriados a quem não tiver tempo ou paciência.
É isso, penso que há momentos na vida em que somos um enorme e aborrecido puzzle que ninguém tem tempo para apreciar e se dedicar inteiramente.
Chega a ser revoltante tanto superficialismo à minha volta, tanto facilitismo nas relações, tanta falsidade nos carinhos ou tanta dedicação a puzzles demasiado fáceis. É isso que falta, um grande e imenso acordar das nossas mentes, uma dedicação inerte e atenta a todos aqueles que se sentem sozinhos por serem, em certa medida,mais complexos que outros.
Não estou de todo a dizer que há complexidades que não mereçam ser reconhecidas apenas por serem menos difíceis de decifrar, não é isso, apenas me interiorizei que existe um paradigma universal de procurarmos o facilitismo e não reconhecermos quem realmente merece. Tantas pessoas sós apenas por serem mais complexas, por terem mais vivências , boas ou más, por terem sido mais apaixonadas que todas as outras e agora serem o brinquedo esquecido no canto do quarto das arrumações que ninguém quer saber.
Que grande puzzle que nos tornámos todos, reconhecemos a beleza de alguém e pouco nos preocupamos com a complexidade que lá dentro vai…ou não.
Com isto, aconselho-te a dares mais atenção a certos pormenores, adesconfiaresquando não sorrirem de algo que supostamente deveria ter soltado uma gargalhada geral ou quando se recusam a sair apenas porque hoje não lhes apetecia…
A complexidade que nos rodeia e que nós raramente destacamos como sendo algo a marcar e a tomar atenção é assustadora.
Somos o quê afinal?
Seremos nós um aglomerado de pessoas mas todos nós temos algo em comum…a solidão?
Estaremos todos entregues a nós próprios?
Apaixona-te por alguém complexo e verás que, o que ao principio parecia difícil e se adivinhava um caminho tenebroso acaba por ficar mais fácil e acredita…ninguém te ficará mais grato que a outra pessoa.
Porque amar qualquer um ama, porque gostar qualquer um gosta.
Agora, amar alguém sabendo das suas vivências, das suas debilidades e das complexidades adjacentes a elas já nem todos o fazem…nem todos o querem.
Desejo-vos um bom dia recheado de puzzles difíceis mas gratificantes no final.
Apaixona-te pela complexidade.
Descomplica depois.
Estaremos todos entregues a nós próprios?
Descobre por ti mesmo.
Boa Noite.
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