Pra’lém do sonhar comum,
O essencial é não sentir comum demais …
Pra lá do eu, meu coração é o sonhar meu,
Tudo de resto é o fora de mim e o já agora,
A solução é não sentir o comum demais e o
Que real mais parece a mim, sem precisar de
Sonhos menos dúcteis, tão gerais quanto os
Monstros mortos ou a dócil paixão, segundo os
Logros vivos, como eles naturalmente sentem
À hora do chá e às cinco, n’ametade de tarde
Certa, parada quanto um jogo de premissas
Falsas, aleatoriamente bem verdadeiras, assim
É a nata do leite puro, para não sentir comum
Demais, a respiração aposta nas palavras tácteis,
Segundo uma dicotomia de escravo e seu dono,
Não se tocam e quando acontece o sonho morre,
Produzindo um som profundo embora leve,
Difícil de explicar escrevendo, se nem por gestos…
A unidade mínima na escrita, é o desassossego
E a solidão de quem escreve, uma anátema,
Porque escrever é o complexo e não a virtude,
É o erro e não o Graal que chamam de linguagem,
O ritual mórbido, que não há maneira de definir,
Senão pelo exagero, pois não existem palavras
Justas que definam o caos, a exegese do desapreço,
O menos cómodo dos suicídios e o cativeiro,
É o agir contra nós próprios que nos torna
Inteiros, embora estrangeiros em nossos fragmentos,
Como se fossemos um armazém de cabides
Desorganizados, onde penduramos fatos de outros,
Sensações anónimas e abomináveis, intervalos orgânicos
De conversas que não desejamos nos curtos metros
Quadrados desta nossa alma enviesada, cansada
De colóquios e considerações de precisão volumétrica …
(O essencial é não sentir comum demais)
Joel Matos 10/2019
Http://joel-matos.blogspot.com
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Segundo uma dicotomia de
Segundo uma dicotomia de escravo e seu dono,
Não se tocam e quando acontece o sonho morre,
É o agir contra nós próprios
É o agir contra nós próprios que nos torna
Inteiros
Sensações anónimas e
Sensações anónimas e abomináveis, intervalos orgânicos
De conversas que não desejamos nos curtos metros
Quadrados desta nossa alma enviesada,
A unidade mínima na escrita,
A unidade mínima na escrita, é o desassossego
Como se fossemos um armazém
Como se fossemos um armazém de cabides
Desorganizados, onde penduramos fatos de outros,
Sensações anónimas e abomináveis
Sonhos menos dúcteis, tão
Sonhos menos dúcteis, tão gerais quanto os
Monstros mortos ou a dócil paixão, segundo os
Logros vivos, como eles naturalmente sentem
À hora do chá e às cinco, n’ametade de tarde
Certa, parada quanto um jogo de premissas
Falsas, aleatoriamente bem verdadeiras, assim
É a nata do leite pu