Lavas as minhas costas hoje? Só hoje… Quando estiver no banho a relaxar o meu corpo com poder que a água me transmite de navegar nas células do corpo. Fazes isso por mim, só por hoje, até o poderes fazer de novo?
Esfregas me a tatuagem que me é tão difícil chegar, aquela que visualizaste no terceiro dia que me falaste, aquela que te chamou á atenção e te fez perguntar se eu gostava de tatuagens, e que te fez ver que mais uma coisa te unia a mim?
Achas que consegues? Passar a esponja pelo caminho que mais suporta o meu corpo em todos os sentidos. Estimular os meus nervos que saem da minha coluna e que me fazem vibrar mais um pouco por ti e contigo?
Podes fazer isso?
Achas me carente? Eu não me sinto carente, mas sinto me completamente apaixonada por ti e por isso, de todas as coisas que quero partilhar contigo e de todas aquelas que já partilho, no silencio e na ausência, hoje só te peço que me laves as costas com essas tuas mãos que excedem de carinho natural, de musica e de força para a vida.
Podes largar o teclado, só por hoje, e viajar até aqui, para me acariciares as costas num tom de ti, esse maior que me fez provar mais um pouco o amor pela vida e pelo meu ser? Esquecer que o mundo tem parte física que te prende a esse lado e vires deleitar as minhas costas no invisível amor que nutrimos tão longe um do outro?
Eu sei que parece loucura, eu sei o que te deixa inundado com as dúvidas, mas também sei que, ao duvidares também te entregas mais um pouco á certeza possível do que pode surgir se vieres para aqui, com o compromisso de me enxaguares as costas de vez em quando. Tu sabes que o impossível entre nós nunca existiu e que tudo o que vives agora é obra do apego que te resta, por isso é que te peço, que largues tudo agora, por uns minutos e que me venhas lavar as costas.
Insisto, sim! Descobri-te… que queres que faça agora? Que esqueça que, neste preciso momento, respiras e amas no mesmo mundo que eu… aqui tão perto.
Queres que desista?! Claro que não queres!
Nem eu o quero, porque aprendi a arte da fé, um pouco contigo, quando me disseste que o mundo era bem pequenininho e quando retribuíste chamadas e mensagens, com falas de amor, com interesse em saber, com vontade que eu cresça.
Por isso, não fiques estragado ao ouvir este meu pedido tão fácil de realizar… É só parares o que estas a fazer por uns minutos, enfiares te dentro de ti próprio e viajares até aqui nesse vaivém que construímos para os nossos encontros reais nos confins da não-matéria, e com essa luz que emanas, pegares na esponja e, com esse tanto amor que me tens, lavares me as costas… só por hoje, até eu te pedir novamente!
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