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Fotógrafo:
... não, não era amor. mas haveria de ser a coisa mais próxima... uma fascinação que maquinava no fundinho de si. que criava a ilusão no seu coração vulnerável. enfim, o dia. a parte mais odiosa do dia: o raiar da aurora.
o lento gotejar de luz sobre uma cama vazia. o interminável bulício de gente que se mexe em todas as direcções.
olhou pela janela e deixou a fantasia crescer no seu pensamento. expandindo-se a partir do seu reflexo parco, observava como aquela janela enevoada metamorfoseava a rua num quadro de uma quimera fatal. pensava tão-somente naquela noite sem estrelas e naquele amor que não era amor, não podia ser amor, nem nunca seria amor - porque não existia.
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