Num mundo a preto e branco eu fui rainha,
Dama de espadas!
Joguem ouros, copas.
Eu sou trunfo!
Porque num mundo a preto e branco eu fui rainha...
Desafiem-me, verguem-se!
Mostrem coragem e combatam!
Eu triunfarei!
Porque num mundo a preto e branco eu fui rainha...
Venham Ases, Valetes, Reis.
Tentem seduzir.
Os meus pretos e brancos selei na masmorra, a vós vos sugarei a vida!
Porque num mundo a preto e branco fui rainha.
Combateremos então sem armas.
Corpo a corpo.
No jogo da paixão, talvez.
Se vos quiser... quem sabe.
Num só beijo vos sugarei a vida, a cor.
Sorrirei perante a vossa desgraça!
Porque num mundo a preto e branco fui rainha.
Despertei das mais variadas paixões.
Não sou mulher de amores.
Os que a mim se deram, no seu coração peguei e triturei.
Não por prazer,
Mas porque assim teve de ser.
"Terás a tua paga um dia..."
(Eu? Nunca!)
Porque num mundo a preto e branco fui rainha.
E nisto se jogou um 9
Um 9 de copas...
Eu rematei, meti-me na mesa.
- Já não és trunfo aqui.
E subitamente avermelhei, a minha cara corou.
Pela primeira vez nestes anos, a minha face rosou.
E a que outrora foi rainha, olhou para si no espelho,
Era menina rasgada, de pé descalço.
Com os olhos a brilhar.
Mas eu não sei caminhar...
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O jogo terminou.
A menina, outrora rainha, saiu de jogo, começou a viver!
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