Por vezes parecem bordados, tapeçarias... Umas vezes bonitas, cheias de formas e cores, relevos e bem macias ao toque.
Outras são apenas remates de peças e peças entre si ligadas, num emaranhado de linhas ocas e ásperas.
Queria frutos, queria que tivesse dado frutos magníficos que despertam todos os sentidos a cada trinca, a explosão do fruto nos lábios, num gosto tão doce como nunca antes provara.
Mas o gosto que ficara é amargo e o toque das mãos áspero.
Saudade, a saudade é o que mais me incomoda. A perda vai-se lamentando e encaixando que é assim o caminho. Mas a saudade é veneno que corrói! É o meu mais mortal inimigo. E de cada vez que vem, tem novas armas, novas formas, novas maneiras de fintar todas as defesas que para ela calculei a promenor.
Trespassa a carne rompendo a pele, músculos e torcendo-os sem piedade, estrangula a garganta e brinca com o diagrama como se duma cama elástica se tratasse.
Á noite deixo-me desmaiar nesses males, peço aos sonhos que me levem para longe, mas até aí ela aprendeu a entrar, maldita saudade que brincas com as boas memórias e as pontapeias sem sem qualquer honra contra o coração.
Vai-te, vai-te de vez maldita! Deixai-me ficar no meu lamento. Na minha entrega à noite, para que ela me embale como há milhares de anos o faz.
A fé não larga nunca! E chegará o dia em que irei erguer o escudo que te repelirá.
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