A luz que ali se encontra, reflecte espectros.
Esses que outrora foram vivos,
Hoje mergulham na penumbra
E buscam incansavelmente a Luz.
A Luz que aquece e direciona,
Que descobre formas no escuro,
Que fende em cataratas de água amarela,
os seus raios por entre as frestas escuras.
A Luz que saía desses teus olhos,
Desse sorriso.
Essa tua luz que mantinha o meu ser tão quente.
Tão protegido, tão forte!
Luz que foi para longe,
E apenas vejo um ponto amarelo lá bem ao fundo.
Aqui só se sente o frio,
O frio de um corpo que quente foi largado.
“Levanta-te!” – diz me a voz do fundo de mim.
Segue e avança!
A Luz está ali, onde a vista ainda alcança.
Coloca-te de pé e caminha!
Em momentos de sonhos ébrios,
Encaixo a Luz entre as minhas mãos…
E é tão densa e quente!
Sopro-a para fora das mãos e sigo o seu rasto.
Encantada e feliz, sei que me levará a porto seguro.
Até onde outrora os sons eram doces.
Onde não existia frio, apenas uma brisa morna,
E os sorrisos eram enormes, como nunca antes.
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