A Imaginação estava muito contente. Tinha novas ideias para por em ação. Encontrou o Relógio pendurado na parede e fez a ele a seguinte indagação:
- O que fazes aí parado? Perguntou a Imaginação ao seu amigo Relógio.
- Eu não estou parado, marco a Linha do Tempo.
- Para que marcar a Linha do Tempo, se o Tempo não existe?
É claro que existe, respondeu o relógio, já um tanto indignado.
- E onde está a Linha do Tempo? Perguntou a Imaginação.
- A Linha não existe. Ela é só imaginária.
-Se é só imaginária, quer dizer que não existe. Portanto, se ela não existe, por que não desces dessa parede e vamos sair por aí, fazendo algumas estripulias?
- Se eu não marcar o Tempo, quem irá marcar?
- Podemos pedir ao Sol e a Lua que fiquem de prontidão, enquanto nós dois saímos em busca de diversão.
O Relógio então desceu, escorregando pela cordinha do pêndulo.
E lá se foi ele correndo atrás da Imaginação.
- Para onde vamos, perguntou o Relógio?
Eu não posso correr muito. Tenho uma perna mais curta que a outra e se correr, sinto logo dor nas juntas.
- Não se preocupe. Pense apenas em algo que nos ocupe. Tenho algo em mente, que poderemos fazer somente enquanto penso em algo diferente.
- E que faremos, se tudo o que imaginas, logo transformas em ações?
- Pois sou muito criativa, senão não me chamaria Imaginação.
E os dois lá se foram praticando boas ações. A primeira coisa em que pensaram, foi inventar algo que fizesse o mundo parar de girar. Assim, ninguém iria se atrasar. Como a tarefa era muito difícil, pensaram em algo mais prático, que pudesse ser benéfico para todos os seres do universo. Escreveram versos e os espalharam por todos os lados, dizendo que o Tempo era o Senhor do Universo.
Por isso, não percam tempo, tentando matar o Tempo, já que ele não existe.
E se ele não existe, que fazes aí...matando o Tempo...?
Débora Benvenuti
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