Arte de Irmão
Pega numa tela
Meu irmão.
Essa não!
É dela.
Aquela ali está livre.
Usa e abusa.
Pincela com cores primárias,
Afirma o teu calibre
Mostra a alma confusa
E faz artes contrárias.
Edifica o teu mundo
Constrói a realidade
Que surge bem do fundo
Com toda a tua lealdade.
Salpica a vida de ilusões
E utiliza a tela para demonstrações.
Como a Atlântida está submersa
Na água adversa
Também o teu talento
Surge alado no vento.
Espalha cores com o pincel
Encoraja-te no papel
Inspira-te num simples acordar
Espreguiça-te ao levantar
Abraça o que a vida traz
E mostra-lhe do que és capaz.
Faz arte do inerte.
Olha e ilustra
A vida que se converte
Das experiências passadas
Retirando agora a pérola da ostra
E oferecendo-a a almas lembradas.
O Mundo espera por ti.
Não negues caminhos cruzados,
Não confundas personalidades
Que se elevam só por si
Em pódios alucinados
Construídos com verdades.
Ricardo Sousa
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