Escondido no tempo da minha ignorância
Escrevia sem ter noção do que escrevia
Sentia sem ter noção de como o sentia.
Nunca percebi o que era essa tal de ”energia”
Quando me alertaram para isso
Não entendia o que ouvia
Nem sequer procurava perceber.
Negava o desconhecido com um “sim”
Fazia sem pensar nas consequências
Falava sem perceber a força de um simples dizer.
Todas as grandezas que tentava ver em mim
Apenas distorciam a verdadeira razão das coisas.
Agora vejo o erro de todas as minhas palavras
Por nem sequer ter ouvido a sua verdadeira essência.
Sempre escrevi para mim ao me ver errar nos outros.
Não percebia essa visão
Não olhava com olhos de quem via
Mas olhava para o que queria ver.
O egoísmo
O egocentrismo
Deturpavam cada acção a seu belo prazer
Não sentia o que fazia
Apenas sentia as consequências
Já feito o mal
Era bombardeado com esse mesmo mal.
Lutava contra mim mesmo
Lutava por ser orgulhoso
Escondendo-me da verdadeira força.
Aproveitava-me da bondade alheia
Ao morrer com a minha vaidade.
Sentia o que os outros pensavam
Mas não percebia o porquê de o sentir.
Agora sem forças
Nem consigo sentir o que realmente sinto,
Ao perceber a verdadeira razão
Do que é viver.
Ricardo Sousa
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