Portuguese
Dos sonhos que construo à escuridão
de onde me sustenho p'ra toda a vida
vou subindo cada degrau vão
até que a chuva lá fora se torna pressentida
e no horizonte surge um clarão...
Surge não sei de onde, não sei porquê...
Qualquer coisa de mundano
ergueu um homem que nada vê
onde tudo vem em seu engano
e por isso em nada crê...
Rasgo o papel. Os versos morrem-me ainda no sangue.
E no meio da mágoa onde um poeta se há-de esconder
escurece, perdem-se os sentidos, e exangue
vejo a lua do outro lado do cais a desaparecer
e com ela também a mim deixarão de ver...
Álvaro Machado
Type:
Recent comments