Entendi, pela minha ordem natural, que tenho que deixar ir, que preciso de me deitar na horizontal e deixar que o silêncio se encarregue de me tornar no Ser que por mim espera no vazio, por traz de todo o meu enchimento. Tenho exercitado, manobrado o meu pensamento, em prol da inquietude. Não é fácil… Mas é um caminho desafiante, interessante e mágico, porque abre as portas para todas as respostas que andei, desvairadamente, à procura na madrugada do meu exterior (processo que me aproximou tão cedo deste caminho de morte lenta do meu ego tao débil e vil).
Contudo, e depois de uma análise complexa das minhas emoções e ações, tenho mantido em mim, um breve e reconfortante amor, que guardo bem atracado no meu coração.
Não intencional foi este apego. Surgiu do rumo da auto descoberta e ficou aqui para me acariciar nos momentos mais carentes desta parte de mim que se sente só. É uma ligação antiga, doce e encorajadora, repleta de histórias que acontecem apenas nos momentos em que o meu olhar se cruza com o deste meu secreto e ilusório amante.
Por várias vezes acredito que ele me sente e que viaja comigo para os confins da realidade, ainda inexistente, que nos une.
Porque guardo este amor sem físico ambiente, se nada de físico acontece?
Porque sempre amei no físico e tudo caiu na aprendizagem, de que nada de verdadeiro amor acontece diante dos olhos mas sim dentro da consciencia do coração, da compaixão. Podia seduzir, manipular, correr em direção à posse, mas não é assim que sinto, não é assim que se ama, no verdadeiro sentido do Amor. E por saber, que não será o Ter que nos irá aproximar, deixo me deitada a meditar, enviando as minhas doces palavras e pensamentos ao meu próprio coração que canta pelo nosso encontro em pleno, já sabendo, que só depois de uma iluminada mudança, nossas mãos terão o natural encontro merecido.
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