PARA ONDE?...
A todos os que perderam
um ente querido
Para Onde lanço o meu Grito
De Angústia e Gaivotas Alvoroçadas?
Para Onde envio as minhas Vagas
De Dor?
Para Onde?
Contra que Couraça vão bater?
A Porta talvez seja Dura…
Talvez apenas Brilhante…
Para Onde dirijo o meu Ser
De Recônditas Praias Brancas,
De Areais Longínquos e Miragens,
De Palmeiras e Tâmaras Verdes?
Para Onde?
Que Batente devo Erguer?
Que Coroa de Glória Herdo?
Para onde Despejo a Amargura, a Raiva
E a Frustração Incontida?
Qual é o Recipiente?
Amor? Ódio? Vida?
Para Onde Carrego o Ressentimento e as
Lágrimas dos teus Olhos Castanhos?
Para Onde Reviro os Punhais e as Lanças
Prateadas?
Em que Espadas Afio as Flores Silvestres e
Orvalhadas da última Noite
Tão Mal dormida?
Para Onde vou finalmente?
Quem me saberá responder?
Para Onde? Com Quem? Como?
Porquê?
Vejo Pinhais Pontiagudos
Mágoas Acorrentadas
Janelas Azuis em Triângulo
Mas VOU! E SOU!...
VOU! VOU somente. Mesmo sem
Saber…
PARA ONDE.
Maria José Fontes
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