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Muitas vezes eu lembro de nossa infância e de quanto éramos felizes brincando com o que tínhamos na época, já que brinquedos era uma raridade. Qualquer latinha ou caixinha de papelão era suficiente para que ficássemos horas nos divertindo e criando brinquedos imaginários. Nessa época éramos apenas três, dois meninos e eu, mas eu não me importava de brincar com as mesmas coisas que vocês dois. Correr descalços na chuva, brincar de esconde-esconde, jogar sapata e até jogar bola de gude. Você tinha um vidro enorme, com bolas de gude tão coloridas que aguçava a vontade dos teus amigos de terem algumas parecidas com as que você colecionava, E tu eras sempre o mais esperto de todos. Colocava o vidro com as bolas de gude no chão e chamava os amigos para uma competição e é claro, ganhavas todas as partidas. Já eras um vencedor nato. E o que dizer da criação de pombas que tinhas no pé de abacateiro.?No final da tarde, as pombinhas todas se reuniam ali para dormir e teus amigos iam lá e ficavam imaginando como poderiam fazer para iniciar uma criação de pombas. Não tivestes dúvidas, vendo o interesse dos amigos. E como negócio é negócio, começastes a vender as pombinhas. Só que em pouco tempo, elas voltavam para o pé de abacateiro e os amigos retornavam para reclamar. Então você as vendia novamente e novamente elas retornavam. Depois foi a vez de fazer picolé para vender. Os amigos batiam na porta da nossa cozinha e quem abria a porta ficava com o dinheiro da venda, Eu também queria participar, mas uma vez guardei o dinheiro no elástico do meu pijama e quando fui procurar, não encontrei mais. Então fiquei impedida de vender picolé. É claro que vender picolé não dava dinheiro para ir ao cinema uma vez por semana. Então a mãe conseguiu que tu e nosso irmão Naor fossem vender jornal nos domingos. Mas nesse época, a inocência dos dois não foi suficiente para saber que haviam outros garotos que tinham seus pontos fixos de vendas e correram atrás de vocês e o negócio acabou por aí.Tantas outras lembranças boas que povoaram a nossa infância e que às vezes volto a recordar. Isto apenas para te dizer, meu irmão, que continuas a ser um irmão maravilhoso e por ser teu aniversário, quero te desjar toda a felicidade do mundo e ao mesmo tempo te agradecer por teres amparado a mim e aos meus filhos nos momentos em que mais precisei. Obrigada, irmão, que Deus continue iluminando o teu caminho e te fazendo muito feliz!
Débora Benvenuti
Observação: Estes brinquedos de vime e madeira foram presentes de Natal. Nessa época nossa irmã caçula já havia nascido e é o bebê que se encontra dentro do caminhâo de brinquedo.
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