Tira-me a água, deixa-me a sede.
Rouba-me a luz, deixa-me o escuro.
Mas, tires o que tirares,
Não me tires o teu sorriso
Deixa-me a rosa, que de súbito nasce
Da fonte que se cria da tua alegria,
Pois o dia é duro, cru,
E por vezes minha vista fica cansada
Do mundo negro que não muda.
Mas teu sorriso cai em meus braços
E afasta as nuvens
Por isso deixa o teu sorriso,
Não mo tires por um dia, nem que curto,
Porque quando não estiveres comigo, esperarei por ti
Ou percorrerei todo o mundo perguntando
Se me deixaste perecer.
Todos os dias são compridos e vis sem ti
E sozinho morrerei na escuridão
Mas existes tu.
Meus olhos estão fechados,
Teus lábios são luz
E quando nos meus tocam
Dou a volta ao universo
Que deixa de ser cruel e escuro
Teu toque em meu corpo
Faz-me desaparecer
E reaparecer, vivo,
Pois apenas eu sou eu
Quando tenho teu corpo junto a mim
Meus olhos mergulham nos teus,
E meu ser, já com corpo,
É inundado por um mar que só a ti pertence
E depois sorris.
E lembro-me porque te amo.
Sei que te amo.
Mas não sei porque te amo,
Nem sei onde te amo, nem como te amo.
Sei que existes tu,
Sei que existo eu,
Mas não existe mundo para além do teu sorriso.
E eu amo-te, porque simplesmente te amo.
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